01/09/10

Lisboa

E tu, nobre Lisboa, que no Mundo
Fácilmente das outras és princesa...
(Luís de Camões, Lusíadas)



Castelo de São Jorge
Local onde paira a memória de Martim Moniz que se deixou esmagar por um gigantesco batente, evitando assim que uma das portas da fortaleza se fechasse.
Este acto heróico de Martim Moniz deu a oportunidade de dar entrada às hostes aguerridas de D. Afonso Henriques.
O trajecto pela Calçada dos Cavaleiros permite-nos olhar para a igreja do Menino de Jesus, construção em estilo italiano do século XVIII. À esquina da calçada, encontra-se a Casa do Menino de Jesus, uma pequena relíquia. O pequeno prédio de um só andar, de ressalto e janela na empena regular, dá a impressão de um brinquedo, dentro do qual uma familia dificilmente poderia viver.
Depois ao cruzarmos o Pátio de D. Fradique, chegamos ao Chão da Feira que se percorre para atingir a entrada do Castelo, no qual muitos consideram-na pobre e de uma "miséria muito antiga". Só lá dentro, se consegue ficar deslumbrado com o formoso jardim, onde antigamente se caprichava, que ali, as aves fossem todas de alvura imaculada.
E conseguia-se, como para significar que aquele forte de robustas muralhas, disputado para fins guerreiros, através de séculos por invasores Romanos, Godos, Árabes, Portugueses, Castelhanos e Franceses, só exercia agora, perdido o seu valor militar, as funções de sentinela vigilante da Paz. Agora é um local de contemplação pacífica.
Conseguimos vislumbrar uma radiosa palpitação de cores, que fundem com vagos sons de carros eléctricos que gemem nos trilhos, navios que ecoam, como zumbidos de abelhas, muito remoto.
A nossa atenção dispersa-se pela amplidão e queremos ver tudo num relance.
Do alto, podemos ver as torres da basílica da Estrela e mais ao longe, o palácio da Ajuda.


A estátua de D. Afonso Henriques, fundador da nossa nacionalidade e o 1º rei português que entrou, triunfante, batendo assim o poder dos Mouros, foi uma oferta cativante da cidade do Porto à de Lisboa, ao comemorar-se o 8º centenário da conquista.

O Terreiro do Paço foi por muito tempo a maior praça do Mundo e ainda é uma das mais vastas e mais belas da Europa.









Podemos ver o simétrico traçado da Baixa Pombalina, entre o Terreiro do Paço e o Rossio e na penumbra o Teatro Nacional D. Maria, com o seu estilo neo-clássico italiano. A estátua de D. Pedro IV, ergue-se acima dos telhados.


Mais saliente, sobre o cômoro sobranceiro ao Rossio, destacam-se as ruínas do Convento do Carmo.
Foi erguido por Nun'Alvares Pereira que ali viveu anos da sua vida e ali faleceu, sob o nome religioso de frei Nuno de Santa Maria. Mais tarde, em 1755, o terramoto deixou o convento naquele estado que conhecemos actualmente, mas o que resta dele, o esqueleto de um edifício gótico que permanece belo e tem um valor histórico inestimável.